PROGRAMAÇÃO DO CARNAVAL DE ILHABELA 2011


4/3 - sexta-feira

22h – Abertura oficial com entrega das chaves da cidade à Corte Momesca

22h30 – Desfile de Blocos de Embalo

Bloco da Camisinha

Bloco da Armação

Bloco do Frade

Carnaval de Rua até 4h30

5/3 – sábado

Desfile de Blocos Carnavalescos

22h – Bloco Azul e Branco

22h50 – Bloco Unidos do Tim Malha

23h40 – Bloco Segurando o Bagre

00h30 – Bloco Unidos do Pequeá

1h20 – Banda das Bonitas

2h10 – Bloco Unidos do Morro

Carnaval de Rua até 4h30

6/3 – domingo

Desfile das Escolas de Samba – 1ª noite

23h – Unidos de Padre Anchieta

00h20 – Escola de Samba Acadêmicos Leões do Ita

1h30 – Escola de Samba Água na Boca

Carnaval de Rua até 4h30

7/3 – segunda-feira

Desfile das Escolas de Samba – 2ª noite

23h – Escola de Samba Mocidade Sul da Ilha

00h20 – Escola de Samba Mocidade Independente de Ilhabela

1h40 – Escola de Samba Unidos do Garrafão

Carnaval de Rua até 4h30

8/3 – terça-feira

11h – Apuração dos Blocos Carnavalescos e Escolas de Samba

14h – Banho da Doroteia

22h – Apoteose Blocos Carnavalescos

23h – Apoteose Escolas de Samba

Carnaval de Rua até 4h30

Novidade no esporte: vem aí o 1º Sup Race Downwind de Ilhabela



Vem aí a competição que irá marcar a história do “Stand Up Paddle” em Ilhabela. Trata-se do 1º Sup Race Downwind de Ilhabela, que será realizado no próximo final de semana (19 e 20/2), num circuito entre as praias do Perequê e Armação. Promovido pela Ilhabela Sup Experience – Stand Up Paddle e Team Brazil com apoio da Prefeitura de Ilhabela, por meio da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação, o evento deve reunir os principais atletas da modalidade do Brasil. A cidade tem despertado o interesse de diversos adeptos do Stand Up Paddle - caracterizado pelo uso de prancha e remo - por suas condições marítimas e belezas naturais.

Válido pelo Circuito Paulista da Associação Paulista de Stand Up Paddle, o 1º Sup Race Downwind de Ilhabela terá como prova principal 9km de remada a favor do vento, para atletas experientes, com largada na Praia da Armação e chegada na Praia do Perequê. Outra prova, destaque do evento, será a de 1km de remada para atletas mirins na SUP KIDS.

Será realizada também a prova de revezamento, nas categorias Race 12.6, Pranchas até 10,6 e Pranchas Bic 11.4. Nestas provas, as equipes devem ser compostas de quatro atletas, sendo três atletas masculinos e um feminino por prancha. Serão 2km por atleta em circuito composto por quatro bóias, distante 500m cada.

Visando estender e fomentar a modalidade em Ilhabela, a organização da prova realizará também uma prova especial para os caiçaras da cidade, a “SUP Caiçara”. Como integração, os atletas de SUP também terão a oportunidade de remar nas canoas caiçaras ilhabelenses.

Além das provas, a organização realizará atividades extras, como Luau com música ao vivo, palestra de atletas profissionais, circuito para atletas amadores e sorteio de produtos diversos. O Stand Up Paddle, que também é conhecido como SUP, tem se tornado a nova febre mundial. A modalidade é originária do Havaí e vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil. Uma das grandes vantagens dessa modalidade esportiva é sua grande versatilidade, pois se pode praticar o SUP em qualquer praia com águas calmas, realizar passeios ou travessias de longa distância, além de surfar ondas grandes e pequenas.

O encantamento do jornalismo

Aos amigos jornalistas,

*Reprodução do editorial do Estado de São Paulo, 7 de fevereiro de 2011


Gay Talese, um dos fundadores do New Journalism (novo jornalismo), uma maneira de descrever a realidade com o cuidado, o talento e a beleza literária de quem escreve um romance, é um crítico do jornalismo sem alma e sem graça. Seu desapontamento com a qualidade de certa mídia pode parecer radical e ultrapassada. Mas não é. Na verdade, Talese é um enamorado do jornalismo de qualidade. E a boa informação, independentemente da plataforma, reclama competência, rigor e paixão.

Segundo Talese, a crise do jornalismo está intimamente relacionada com o declínio da reportagem clássica. "Acho que o jornalismo, e não o Times, está sendo ameaçado pela internet. E o principal motivo é que a internet faz o trabalho de um jornalista parecer fácil. Quando você liga o laptop na sua cozinha, ou em qualquer lugar, tem a sensação de que está conectado com o mundo. Em Pequim, Barcelona ou Nova York... Todos estão olhando para uma tela de alguns centímetros. Pensam que são jornalistas, mas estão ali sentados, e não na rua. O mundo deles está dentro de uma sala, a cabeça está numa pequena tela, e esse é o seu universo. Quando querem saber algo, perguntam ao Google. Estão comprometidos apenas com as perguntas que fazem. Não se chocam acidentalmente com nada que estimule a pensar ou a imaginar. Às vezes, em nossa profissão, você não precisa fazer perguntas. Basta ir às ruas e olhar as pessoas. É aí que você descobre a vida como ela realmente é vivida", observa Talese.

A crítica de Gay Talese é um diagnóstico certeiro da crise do jornalismo. Os jornais perdem leitores em todo o mundo. Multiplicam-se as tentativas de interpretação do fenômeno. Seminários, encontros e relatórios, no exterior e aqui, procuram, incessantemente, bodes expiatórios. Televisão e internet são, de longe, os principais vilões. Será?

É evidente que a juventude de hoje lê muito menos. No entanto, como explicar o estrondoso sucesso editorial do épico O Senhor dos Anéis e das aventuras de Harry Potter? Os jovens não consomem jornais, mas não se privam da leitura de obras alentadas. O recado é muito claro: a juventude não se entusiasma com o produto que estamos oferecendo. O problema, portanto, está em nós, na nossa incapacidade de dialogar com o jovem real. Mas não é só a juventude que foge dos jornais. A chamada elite, classes A e B, também tem aumentado a fileira dos desencantados. Será inviável conquistar toda essa gente para o mágico mundo do jornalismo? Creio que não. O que falta, estou certo, é ousadia e qualidade.

Os jornais, equivocadamente, pensam que são meio de comunicação de massa. E não o são. Daí derivam erros fatais: a inútil imitação da televisão, a incapacidade de dialogar com a geração dos blogs e dos videogames e o alinhamento acrítico com os modismos politicamente corretos. Esqueceram que os diários de sucesso são aqueles que sabem que o seu público, independentemente da faixa etária, é constituído por uma elite numerosa, mas cada vez mais órfã de produtos de qualidade. Num momento de ênfase no didatismo e na prestação de serviços - estratégias úteis e necessárias -, defendo a urgente necessidade de complicar as pautas. O leitor que precisamos conquistar não quer o que pode conseguir na TV ou na internet. Ele quer qualidade informativa: o texto elegante, a matéria aprofundada, a análise que o ajude, efetivamente, a tomar decisões. Quer também mais rigor e menos alinhamento com unanimidades ideológicas.

A fórmula de Talese demanda forte qualificação profissional: "A minha concepção de jornalismo sempre foi a mesma. É descobrir as histórias que valem a pena ser contadas. O que é fora dos padrões e, portanto, desconhecido. E apresentar essa história de uma forma que nenhum blogueiro faz. A notícia tem de ser escrita como ficção, algo para ser lido com prazer. Jornalistas têm de escrever tão bem quanto romancistas". Eis um magnífico roteiro e um formidável desafio para a conquista de novos leitores: garra, elegância, rigor, relevância. Matéria especial de Fernando Gabeira sobre a Venezuela, publicada na edição dominical do Estado, 23 de janeiro, foi um belo exemplo de informação precisa e saborosa.

O nosso problema, ao menos no Brasil, não é de falta de mercado, mas a incapacidade de conquistar uma multidão de novos leitores. Ninguém resiste à matéria inteligente e criativa. Em minhas experiências de consultoria, aqui e lá fora, tenho visto uma florada de novos leitores em terreno aparentemente árido e pedregoso. O problema não está na concorrência dos outros meios, embora ela exista e não deva ser subestimada, mas na nossa incapacidade de surpreender e emocionar o leitor. Os jornais, prisioneiros das regras ditadas pelo marketing, estão parecidos, previsíveis e, consequentemente, chatos.

A revalorização da reportagem e o revigoramento do jornalismo analítico devem estar entre as prioridades estratégicas. É preciso encantar o leitor com matérias que rompam com a monotonia do jornalismo declaratório. Menos Brasil oficial e mais vida. Menos aspas e mais apuração. Menos frivolidade e mais consistência. Além disso, os leitores estão cansados do baixo-astral da imprensa brasileira. A ótica jornalística é, e deve ser, fiscalizadora. Mas é preciso reservar espaço para a boa notícia. Ela também existe. E vende jornal. O leitor que aplaude a denúncia verdadeira é o mesmo que se irrita com o catastrofismo que domina muitas de nossas pautas.

Perdemos a capacidade de sonhar e a coragem de investir em pautas criativas. É hora de proceder às oportunas retificações de rumo. Há espaço, e muito, para o jornalismo de qualidade. Basta cuidar do conteúdo. E redescobrir uma verdade constantemente negligenciada: o bom jornalismo é sempre um trabalho de garimpagem.

DOUTOR EM COMUNICAÇÃO, É PROFESSOR DE ÉTICA E DIRETOR DO MASTER EM JORNALISMO
E-MAIL: DIFRANCO@IICS.ORG.BR